terça-feira, 4 de outubro de 2011

RACISMO MAQUIADO











Racismo é uma ideologia, uma estrutura e um processo pelo qual grupos específicos, com base em características biológicas e culturais verdadeiras ou atribuídas, são percebidos como uma raça ou grupo étnico inerentemente diferente e inferior. Tais diferenças são, em seguida, utilizadas como fundamentos lógicos para excluírem os membros desses grupos do acesso a recursos materiais e culturais, opera por meio de regras, práticas e percepções individuais, mas, por definição, não é uma característica de indivíduos.
 
Na sociedade atual, o racismo torna-se extremante maquiado, e tão intrincado em nossas ditas “culturas”, sendo necessário expor alguns aspectos socioculturais que influem na predominância do racismo. Uma delas é ver o racismo como um problema estrutural, ou seja, ligado apenas as crenças e ações que apóiam abertamente a idéia de hierarquias de base genética ou biológica, entre grupos de pessoas, ocorrendo uma naturalização da hierarquia dominante, neste caso a maioria. Fazendo vistas grossas à natureza variante do racismo nas últimas décadas.
Outro aspecto importante que está tomando grande proporção desta modalidade de chamado racismo maquiado, em especial nas ultimas décadas são as noções que atribuem deficiências culturais a minorias étnicas.  Onde há uma substituição do determinismo biológico pelo cultural.
A priori torna-se indispensável o reconhecimento da existência do racismo, e mais essencial ainda é tornar a discussão em torno da temática natural, falar de racismo e preconceito é um dos primeiros passos para a desmistificação do mesmo. Combater o racismo não significa lutar contra indivíduos, mas se opor às práticas e ideologias pelas quais o racismo opera através das relações culturais e sociais, valorizando a ética democrática e humanitária. Há de se pensar em promover mudanças no sentido de valorizar as diferenças na esfera publica onde se procederia a “dissolução” democrática deliberativa dos conflitos, mediante a institucionalização de discursos práticos de justificação.
A luta pelo reconhecimento das diferenças tem, em seus percalços e diferentes perspectivas de abordagem, promovida dubiedade de sentidos, acarretando complicações quanto à função de reivindicar igual dignidade dentro da conformidade da auto-identidade dos grupos que sofrem exclusão, pois o debate acerca das “diferenças” se faz de maneira restrita, integrando somente aqueles diretamente envolvidos nos processos de estigmatização ou conflito, ou seja, aqueles que sofrem preconceitos e discriminação, sem se considerar que discussões centralizadas num único grupo marginalizado também tiram o foco da discussão maior que deve ser sobre a diversidade enquanto fator constituinte e fundante da humanidade.
A diversidade é assim, desconsiderada para dar lugar à discriminação levada a termo pela não discussão de preconceitos, estereótipos e estigmas, perpetuada pelo silenciamento daqueles cuja voz não é ouvida por não serem considerados dignos de serem ouvidos.
Por fim, a discussão, o debate ainda continua sendo a melhor maneira de evitar a discriminação e preconceito, através do debate poderá desmistificar preconceitos enraizados em nosso cotidiano, seja ela de cunho religioso, sexual, cor, e tantas outras. E neste sentido, a educação ainda constitui um dos principais ativos e mecanismos de transformação de um povo. É na escola de uma maneira democrática e comprometida com a promoção do ser humano na sua integralidade, que se estimula a formação de valores, hábitos e comportamentos, que respeitem as diferenças e as características próprias de grupos e minorias. 
Vânia V.  LopesLicenciada em História pela Universidade Federal da Grande Dourados e atualmente cursa Bacharelado em História na mesma instituição.
     

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